23 de outubro de 2019

SENSIBILIDADE DEFORMADA


O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, ele mesmo também clamará e não será ouvido. Pv 21.13

A surdez é uma deficiência desagradável, não obstante o fingimento é pior ainda. Salomão não está falando da deficiência física, ele aborda a deficiência moral, espiritual e porque não dizer de caráter. O sábio versa acerca do fingimento, um alguém que ouve perfeitamente mas “tapa o ouvido” na incontestável ação de fingir que não ouviu.

Muitos clamam por ajuda hodiernamente e a igreja brasileira tem na grande maioria “tapado o ouvido” para esses clamores. Os pobres clamam, os mendigos clamam, os dependentes alcoólicos e químicos clamam, as prostitutas clamam e etc, há incontáveis clamores por ajuda que tristemente tapamos o ouvido para eles.   

Lamentavelmente a sensibilidade de muitos está deformada. E cada vez mais tornamo-nos insensíveis a dor do outro, que não é demais dizer que muitos dos que tapam os ouvidos tapam por falta de caráter. A maior característica do cristianismo é ter o caráter de CRISTO, o nosso Senhor jamais tapou o ouvido ao clamor de alguém, e precisamos urgentemente imprimir em nós o caráter DELE. Não valerá em nada professar em palavras o nosso cristianismo se o negamos em obras de insensibilidade.

Entretanto, Salomão complementa o texto com uma máxima genuína, “também clamará e não será ouvido”. Quem planta torpor colherá torpor. Quem planta fingimento colherá fingimento. É axiomático para o proverbista que quem não socorre alguém quando precisa não será socorrido quando precisar.

Que Deus nos dê uma sensibilidade para atender aos clamores alheios. Que o Eterno cure-nos dessa doença moral que é infinitamente pior que a física. O mundo está nessa crise de amor porque o diabo tem deformado a sensibilidade dos homens tornando-os egoístas quando o propósito do evangelho é tornarmo-nos altruístas.

A minha oração é que o Senhor venha nos curar para deixarmos todo o engano e fingimentos (1Pd 2.1).
AFINAL, UM DIA TAMBÉM CLAMAREMOS! E QUEM NOS ATENDERÁ?

Pr. Alexandre Pitante.  

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