A surdez é uma deficiência desagradável, não obstante o
fingimento é pior ainda. Salomão não está falando da deficiência física, ele
aborda a deficiência moral, espiritual e porque não dizer de caráter. O sábio versa
acerca do fingimento, um alguém que ouve perfeitamente mas “tapa o ouvido” na incontestável
ação de fingir que não ouviu.
Muitos clamam por ajuda hodiernamente e a igreja brasileira
tem na grande maioria “tapado o ouvido” para esses clamores. Os pobres clamam,
os mendigos clamam, os dependentes alcoólicos e químicos clamam, as prostitutas
clamam e etc, há incontáveis clamores por ajuda que tristemente tapamos o
ouvido para eles.
Lamentavelmente a sensibilidade de muitos está deformada. E cada
vez mais tornamo-nos insensíveis a dor do outro, que não é demais dizer que
muitos dos que tapam os ouvidos tapam por falta de caráter. A maior característica
do cristianismo é ter o caráter de CRISTO, o nosso Senhor jamais tapou o ouvido
ao clamor de alguém, e precisamos urgentemente imprimir em nós o caráter DELE. Não
valerá em nada professar em palavras o nosso cristianismo se o negamos em obras
de insensibilidade.
Entretanto, Salomão complementa o texto com uma máxima genuína,
“também clamará e não será ouvido”. Quem planta torpor colherá torpor. Quem planta
fingimento colherá fingimento. É axiomático para o proverbista que quem não
socorre alguém quando precisa não será socorrido quando precisar.
Que Deus nos dê uma sensibilidade para atender aos clamores
alheios. Que o Eterno cure-nos dessa doença moral que é infinitamente pior que a
física. O mundo está nessa crise de amor porque o diabo tem deformado a
sensibilidade dos homens tornando-os egoístas quando o propósito do evangelho é
tornarmo-nos altruístas.
A minha oração é que o Senhor venha nos curar para deixarmos
todo o engano e fingimentos (1Pd 2.1).
AFINAL, UM DIA TAMBÉM CLAMAREMOS! E QUEM NOS ATENDERÁ?
Pr. Alexandre Pitante.
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