DEUS? QUE DEUS?
"Mas e então? Que Deus é este que
deixa que morra um menino de 18 anos, à espera de começar seu caminho na vida e
deixa vivo e solto o animal que o atropelou, o débil mental que faz de um tunel
uma pista de corrida e simplesmente arranca da vida um ser bonito, jovem,
ansioso por começar a viver, filho de uma mãe maravilhosa, como colega, como
amiga e como pessoa? Para onde Deus estava olhando quando isto aconteceu? Para
onde ele olha enquanto negras magérrimas juntam areia a um pouco de água suja e
dão para seus filhos na esperança de o salvar? Não é Ele que tudo sabe e que
tudo vê? E como não vê o eterno inferno em que vivem judeus e palestinos por
causa de dois palmos de terra? Deus é onipresente? E quando o Bruno matou ou
mandou matar a mulher que lhe dera um filho e dele desejava o dinheiro
suficiente para a criança sobrevier? Deus é onisciente? Então ele sabia que o
Rafael teria que morrer naquele dia, naquela hora e daquele modo. Sendo assim,
meus amigos eu deixo à disposição de todos a minha parte de Deus porque se Ele
tem e é tantos “onis” e o mundo está como está, eu prefiro ficar sozinho."
A vida e a morte são dois lados da mesma
moeda. São irmãs siamesas que se unem de modo sucessivo; primeiro a vida,
depois a morte.
Não haveria devoção a Deus se o ser
humano fosse conservado e fadado a morrer apenas na velhice – um mero infarto.
Por que haveria descrença justificada na morte prematura de um ser vivo?
Fato é que por crermos que Deus é uma
espécie de garçom galáctico, ele haveria de nos poupar das fatalidades cruéis e
nos abastar conforme o desejo de cada um.
Esse Deus não existe e se existisse, ele
seria o responsável pela morte do Rafael, filho da Cissa Guimarães.
O Deus que você deixou de crer e o Deus
que a grande massa crê são uma, a extremidade da outra, e está abaixo da linha
do horizonte daquilo que de fato é e existe.
A percepção de que há um Deus não é
apenas fator de necessidade, é uma identidade do Homem e o que apenas vai se
esvaindo pela história no rolo compressor da evolução do pensamento, são as
teorias a cerca dele.
Hoje, você desiste e abandona suas
suspeições de que Ele existe, porém, saiba: ninguém crê ou descrê nele por
desistência ou esforço intelectual.
Se suas agruras lhe fizeram perder a fé,
permita-me dizer que você perdeu apenas o “apetite” de sustentar suas
convicções de crenças.
A fé não é convicção de nada que não seja
um eco daquilo que ressoa dentro do coração humano.
Um grande e bom coração que ressoa amor,
não pode confessar incredulidade. Um grande e bom coração é encontrado por Deus
mesmo em face de decepção, ignorância e ceticismo.
Ainda que a boca humana confesse algo,
nem sempre o que dizemos, de fato, é o que cremos.
Há quem diz, publicamente, “sim” sobre
Deus, porém o coração diz “não”. Há quem diz,
publicamente, “não” sobre Deus, porém o
coração diz “sim”.
Outra coisa, Deus não tem respostas. Deus
é a própria resposta. A resposta dele é que ele reconciliou o Homem ao seu seio
e debaixo de sua dextra, tudo nasce, tudo cresce, tudo morre e em morrendo,
tudo volta a ter vida nele e para sempre.
Somos e sempre seremos filhos dele com
toda a nossa revolta contra Ele e com todo o nosso entulho de informação que
especulamos a respeito dele.
Hoje, você proclama independência
intelectual a respeito de Deus, porém somente uma coisa validaria e isso não
tem a ver com suas convicções, tem a ver com quem você é, como você viveu e
como você se relaciona dentro deste elo de vida humana.
Bem-aventurado é aquele que consegue
reverberar em convicção aquilo que ele não creu com palavras, mas com jeito de
ser e viver.
Nós somos tão pueris que não cabe a nós
saber quem somos através do que cremos cabe a Deus saber e julgar o que de fato
cremos pelo o que de fato somos.
O amor de Deus não tapa buraco
existencial e não impede de que tragédias aconteçam. O amor de Deus é o chão
que acolhe todo o suor e sangue e faz brotar esperança, amparo e unidade com o
seu próprio semelhante.
Na angústia, Deus é “Deus em você e em
mim” ao que sofre, ao que geme. Choremos e cuidemos uns dos outros.
Chico Anysio, esta carta é expressão de
minha admiração a você e consciência de que quem sabe melhor de nós, é Deus.
Abraços fraternos,
Moisés Lourenço
26/07/2010
Fonte: www.caiofabio.net
Parabéns pelo Blog. Pessoas como o Chico Anysio não conseguem perceber que Deus é soberano e que seus pensamentos não são os nossos pensamentos. Deus diz a homens assim: "pensavas que eu era teu igual"... Isso é muito sério!
ResponderExcluirDeus tenha misericórdia!
“Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13.4-5).
ResponderExcluiraos tsunamis, aos assassinatos, terremotos, maremotos, acidentes como do filho da Cissa Guimarães e tudo o que você quiser imaginar, Jesus tão somente diz que TODOS nós temos de nos arrepender senão morreremos igualmente. Mas o que isso quer dizer afinal?
Quer dizer que é para nos preocuparmos com as coisas reveladas, pecado, graça, arrependimento, novo nascimento, batismos com o Espírito Santo, cruz de Cristo, boas obras, enfim, tudo o que o Evangelho nos conta. Quanto aos percalços e as “fatalidades” da vida, Jesus nada diz, exceto que não é para julgarmos esses casos como mais culpados, mais pecadores.
Ah! Parabéns pelo blog. tem conteúdo. Paz seja contigo!
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