por Alexandre Pitante
Foi
em Caná da Galiléia que Jesus operou o seu primeiro milagre. Caná era uma pequena
cidade que ficava uns seis km ao norte de Nazaré, cidade esta localizada no sul
da Galiléia, foi este o lugar que Cristo escolheu para surpreender seus
discipulos, mestre-sala, convidados e os noivos, transformando água em vinho,
tendo em vista, que o primeiro vinho havia acabado antes mesmo do termino da
festa.
Introdução
Jesus
não somente fez um milagre que espantasse a todos quantos estavam presentes,
mas Ele atingiu outras áreas na vida de alguns presentes com alguns princípios
ensinados por Ele neste milagre. E João registrou com clareza esses princípios
ou verdades que extraímos do texto para nós.
Posto isto, quais são os princípios ensinados
por Jesus neste milagre em Caná da Galiléia?
1-
O “primeiro vinho” retrata a capacidade humana, pois uma hora ela acaba. (v.3)
Maria
(mãe de Jesus) percebeu a movimentação e a aflição estampada no rosto do
mestre-sala naquele momento e dirige esta frase a Jesus: “Eles não têm mais
vinho”, Jesus por sua vez sabia que tudo estava cooperando para um desfecho
maravilhoso, a saber, o grande milagre.
O
mestre-sala (pessoa encarregada da ordem
e do cerimonial de uma festa) tinha sido contratado pelo noivo para a
realização da festa com muita exatidão e vendo ele que o vinho tinha acabado
antes do termino da festa e antes que alguns pudessem estar satisfeitos, ficou
totalmente aflito e angustiado a ponto de se ver isto estampado no rosto dele.
Ele (mestre-sala) comunica ao noivo que o vinho acabou, achando ele que o noivo
pudesse dar uma solução para o problema, e o noivo confiando no mestre-sala,
afinal, este era contratado para o bom andamento da festa. Ou seja, um estava
confiando no outro para que solucionasse o proágulo ali posto.
Vemos
aqui o primeiro principio relatado neste milagre, o primeiro vinho tinha
acabado. E com isso a capacidade e habilidade humana de realizar. Noivo, noiva,
mestre-sala e os serventes depositaram a sua confiança no primeiro vinho que
representa a “capacidade humana e limitada”.
Quantas
pessoas vivem assim hoje: depositando sua confiança na capacidade humana, crentes que estão confiando "somente" na sua própria força ou capacidade quando não estão correndo atrás do pseudos "Vasos" de Deus, depositando suas esperanças de resposta para suas indagações ou solução de seus problemas unica e exclusivamente na vida espiritual alheia, mas nunca deposita sua espera e confiança no Senhor. Sim! Pessoas que no momento de aflição, de
prova, em vez de buscar de Deus o refrigério, a resposta, a direção em oração,
correm pra casa da “irmã Chiquinha sapato
de fogo” (aquela de revela), quando não pra casa do “irmão Joãozinho canela de fogo” (o profeta), depositando assim sua
confiança nos canais que Deus pode usar, mas nunca vai até a FONTE inesgotável
de paz, unção, poder, refrigério, etc. Esta Fonte nunca nos decepciona e nunca
se esgota, ao contrário da capacidade humana e dos canais usados por Deus.
Noivo,
noiva, mestre-sala e os serventes se decepcionaram porque depositaram a sua confiança
no primeiro vinho que acabou gerando uma aflição no coração deles, pois haviam ali
muitos convidados a serem servidos e não tinham nenhuma solução para o
problema. E os responsáveis pela festa não tinham reserva de vinho confiaram na quantidade que ali estava. Isto também acontece com crentes que confiam em suas condições financeiras ou na sua capacidade intelectual e nunca se prepara para o imprevisível, nunca tem reserva, são iguais as virgens loucas (Mt 25) confiam somente no que tem e não se prepara tendo uma reserva. Tanto confiar em mim (na minha capacidade somente), e nas pessoas (depositando sobre elas minha esperança) eu sempre vou me decepcionar, mas quando confio no Senhor e sou Bem-Aventurado.
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto". (Jr 17.5-8)
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto". (Jr 17.5-8)
“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós
faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus”. (Sl 20.7)
2- O “tempo de Deus” se manifesta na
hora certa. (v.4)
Jesus, já sabia que do
ocorrido, de não ter mais vinho, mesmo antes de sua mãe (Maria) lhe avisar. E
com isso estava esperando o momento certo de operar um grande milagre. Jesus
sabia que os envolvidos nesta festa ainda buscariam alguma maneira de
solucionar o problema pelas “suas próprias capacidades”, e isso impede o agir
de Deus.
A resposta de Jesus à sua
mãe, quando esta lhe avisa do ocorrido foi: “A
minha hora ainda não chegou”. Vemos aqui que Jesus estava esperando a hora
certa de agir, ou seja, “o tempo de Deus”, repare que Ele diz: “a minha hora”.
Jesus não diz: a hora do noivo, nem tampouco a hora do mestre-sala. Cristo não
trabalha dentro do nosso tempo, nem tampouco no momento em que queremos, mas
sim no momento que Ele determinou pra nós segundo o seu Propósito.
No
grego existem duas palavras para o tempo: “chronos e Kairos”. Enquanto chronos refere-se ao tempo
cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, kairos refere-se a um momento indeterminado
no tempo, em que algo especial acontece na Teologia, é "o tempo de
Deus". O Kairos é o tempo que não pode ser medido e sim vivido e
vivenciado.
Jesus
esperou a hora certa, ou seja, o “Kairos”
para realizar este o milagre, esperando os envolvidos no casamento “desistirem
de tentar achar solução para o problema”. Quando “desistimos de tentar
achar solução ou tentar merecer algo de Deus”, é neste exato momento que Ele
(Jesus) aparece em cena e opera o milagre que não merecemos, mas Ele manifesta
sua Graça para conosco.
3-
O “segredo” é fazer tudo o que o Senhor Jesus nos manda. (v.5)
Maria
aponta o segredo do milagre para os serventes (que seriam os garçons em nossos
dias). Dizendo aos serventes que: fizesse tudo o que Cristo dissesse. Quando
Maria aponta pra Cristo em suas palavras, Ela estava revelando a Fonte de toda
a Esperança e de qualquer milagre, pois não existe outra Fonte de Poder, o que
pode haver são canais usados por essa Fonte. Porém esses canais um dia se esgotam
acabar ou deixar de jorrar, pois os canos ligados a Fonte estão intupidos e
precisam de uma limpeza e manutenção.
Em
outras palavras Maria queria dizer a todos que: até aquele exato momento eles
não conseguiram ter êxito em suas tentativas frustradas de tentarem solucionar
o caso, e se quisessem de fato alcançar a vitória esperada, teriam que fazer
tudo o que Cristo dissesse.
O
segredo para termos uma vida vitoriosa em Cristo, é de fato “fazer a vontade de
Jesus”. Quando isto acontece tudo o que fazemos será prospero (Sl 1.1-3).
Vós
sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando (Jo 15.14). Quando fazemos o que
Jesus nos manda, além de termos uma Vida Vitoriosa, passamos a ser seus amigos
e o nosso relacionamento com Ele se estreita ainda mais a ponto de termos maior
intimidade com.
A
obediência às palavras de Jesus precede qualquer tipo de sacrifício. “Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR
tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR?
Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a
gordura de carneiros”. (1Sm 15.22)
4-
Fazer a vontade de Jesus às vezes será muito pesado. (v.6,7,8)
Os
serventes fizeram exatamente conforme as palavras de Jesus, pegaram seis talhas
que ali estavam para serem usadas para purificação (lavar as mãos e os pés) de quem chegava da rua para entrar em casa, e encheram de água.
Repare que o artefato era feito de “pedra” e com isso muito
pesada, e se não bastasse o peso das talhas somente, agora teriam que colocar
aproximadamente 102 litros de água em cada uma delas, e após teriam que
transportar as talhas até o mestre-sala. Com certeza tinham muitos serventes
envolvidos neste trabalho árduo e pesado, porém seria muito recompensador a
estes serventes, pois seriam os únicos que veriam a água sendo transformada em
vinho. Pois no momento em que eles se dirigiram ao mestre-sala à água ainda era
água, mas no decorrer do transporte viram diante de seus olhos a água sendo
transformada em vinho e o milagre acontecer.
Portanto, fazer a vontade de Jesus pode até ser pesado algumas
vezes diante de nossas capacidades, porém será gratificante vermos diante de
nossos olhos uma quantidade de água que não tem cheiro, sabor e nem cor, se
transformar em um vinho muito saboroso.
5- O “Segundo Vinho”. O melhor de Deus está no final. (v.9,10)
Tendo o mestre-sala provado do segundo vinho (a água transformada
em vinho) chamou o noivo indignado com aquilo. Pois não sabia de onde vinha
aquele vinho especial. O mestre-sala repreende o noivo dizendo: olha todos
servem o melhor vinho por primeiro e depois que todos já beberam fartamente
servem o inferior e voce guardou o melhor para o final.
O mestre-sala se indignou também pelo fato de ser um profissional
contratado para a realização do evento e tinha ele um nome a zelar,
(profissionalmente dizendo). Mas naquele instante nem o noivo e a noiva não
sabiam da existência daquele vinho, somente os serventes que carregaram a água
na talhas até o mestre-sala. Jesus surpreendeu a todos com aquele vinho pois
era um vinho que ninguém havia experimentado antes de tão saboroso.
O primeiro vinho que representava a “capacidade humana e limitada”
já tinha se acabado, e agora no segundo vinho que representa o “Melhor de Deus”
a “Alegria e Paz de Cristo” e a “Plenitude do Espírito Santo”, que não pode
faltar em qualquer festa, casamento ou vida cristã, estava sendo servido como
“cortesia” de Jesus a todos os presentes. Cristo sempre tem algo reservado a
nós que nos surpreenda, que nos deixe estupefato com o que vemos.
“Ora,
àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo
que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”. (Ef 3.20)
O melhor de Deus está no fim, foi no fim da vida do
Apóstolo João que teve as revelações do Apocalipse na ilha de patmos. O império
romano o jogou lá para que morresse pelas feras que lá havia, tendo em vista
que João já estava com seus 90 anos. Porém mal sabiam eles que estavam
cooperando para o Reino de Deus.
“E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Rm 8.28)
Conclusão
Lembre-se
que Cristo reservou pra nós o melhor para o final, a saber, “a vida eterna”. E
enquanto este momento tão esperado não chega, podemos sim viver uma vida
abundante aqui na terra, experimentando as maiores bênçãos espirituais nos
lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Viver uma vida abundante não é requerer
de Deus uma vida repleta de dinheiro e prosperidade financeira, e sim, uma vida
cheio de Paz que só Cristo pode dar, cheia da unção de Deus e mais do que
qualquer coisa, ter certeza de vida eterna.
Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.
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